22.11.09

A Oração do Senhor - Max Heindel



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A ORAÇÃO DO SENHOR

Voltamos a considerar as ajudas espirituais no progresso humano, podemos comparar a Oração do Senhor (Pai Nosso) como uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os veículos do homem. O cuidado a prestar ao corpo denso está expresso nas palavras: “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.
A oração que se refere às necessidades do corpo vital é: “perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
O corpo vital é a sede da memória. Nele estão arquivadas subconscientemente as lembranças de todos os acontecimentos passados, bons ou maus, isto é, tanto a injúria como os benefícios feitos ou recebidos. Lembremos que, ao morrer, as recordações da vida são tomadas desses arquivos imediatamente depois de abandonar-se o corpo denso e que todos os sofrimentos da existência “post mortem” são resultado dos acontecimentos aí registrados como imagens.
Se pela oração contínua obtemos o perdão ou esquecimento das injúrias que tenhamos praticado e procuramos prestar toda compensação possível, purificamos nossos corpos vitais. Esquecer e perdoar àqueles que agiram mal contra nós elimina todos os maus sentimentos e salva-nos dos sofrimentos “post mortem”. Além disso, prepara o caminho para a Fraternidade Universal, que depende mui especialmente da vitória do corpo vital sobre o corpo de desejos. As idéias de vingança são impressas pelo corpo de desejos, em forma de memória, sobre o corpo vital. A vitória sobre isso é indicada por um temperamento equânime em meio dos incômodos e sofrimentos da vida. O aspirante deve cultivar o domínio próprio, porque tem ação benéfica sobre os dois corpos. A Oração do Senhor exerce o mesmo efeito porque ao fazer-nos ver que estamos injuriando os outros voltamo-nos para nós mesmos e resolvemo-nos a descobrir as causas. Uma dessas causas é a perda do domínio próprio, originada no corpo de desejos.
Ao desencarnar, a maioria dos homens deixa a vida física com o mesmo temperamento que trouxe ao nascer. O aspirante deve conquistar, sistematicamente, todos os arrebatamentos do corpo de desejos e assumir o próprio domínio. Isto efetua-se pela concentração sobre elevados ideais, que vigoriza o corpo vital. É um meio muito mais eficaz do que as orações da igreja. O ocultista cientista prefere empregar a concentração à oração porque a primeira realiza-se com o auxílio da mente, que é fria e insensível, enquanto a oração, geralmente, é ditada pela emoção. Feita com devoção pura e impessoal, dirigida a elevados ideais, a oração é muito superior à fria concentração. Aliás, nunca poderá ser fria, porque voa para Divindade sobre as asas do Amor, a exaltação do místico.
A oração para o corpo de desejos é: “Não nos deixeis cair em tentação”. O desejo, o grande tentador da humanidade, é o grande incentivo para a ação. É bom quando cumpre os propósitos do espírito, mas quando se inclina para algo degradante, para algo que rebaixa a Natureza, certamente devemos rogar para não cair em tentação.
O Amor, a Fortuna, o Poder, a Fama! Eis os quatro grandes motivos de toda ação humana. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo por que o homem faz ou deixa de fazer algo. Os grandes Guias da humanidade agiram sabiamente quando lhe deram tais incentivos para a ação, a fim de obter experiências e aprender. O aspirante deve continuar usando-os como motivos de ação, firmemente, mas deve transmutá-los em algo superior. Por meio de nobres aspirações, deve saber transcender o amor egoísta que busca a posse de outro corpo, e todos os desejos de fortuna, poder e fama fundados em egoísticas razões pessoais.
O amor a que se deve aspirar é unicamente o da alma, que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe.
A Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes.
O Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade.
A Fama a que se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração.
A oração para a mente é: “Livrai-nos do mal”. Como vimos, a mente é a ligação entre as naturezas superior e inferior. Admite-se que os animais sigam os seus desejos sem nenhuma restrição. Nisso nada há de bom nem de mau porque lhes falta a mente, a faculdade de discernir. Os meios de proteção empregados para com os animais que roubam e matam são muito diferentes do empregado em relação aos seres humanos que fazem tais coisas. Mesmo quando um homem de mente anormal faz isso não se considera da mesma forma que ao animal. Agiu mal, mas porque não sabia o que fazia é isolado.
O homem conheceu o bem e o mal quando seus olhos mentais se abriram. Aquele que realiza a ligação da mente ao Eu superior permanentemente, é pessoa de elevado entendimento. Se, pelo contrário, a mente está ligada à natureza emocional inferior, a pessoa tem mentalidade inferior.
Por tais razões, a oração para a mente traduz a aspiração de nos libertarmos das experiência resultantes da aliança da mente com o corpo de desejos e de tudo quanto tal aliança origina.
No aspirante à vida superior, a união entre as naturezas superior e inferior é realizada pela Meditação sobre assuntos elevados, pela Contemplação que consolida essa união e, depois, pela Adoração que, transcendendo os estados anteriores, eleva o espírito ao Trono.
No “Pai Nosso” geralmente usado na igreja, a adoração está colocada em primeiro lugar, o que tem por fim alcançar a exaltação espiritual necessária para proferir uma petição que represente as necessidades dos veículos inferiores.
Cada aspecto do tríplice espírito, começando pelo inferior, expressa adoração ao aspecto correspondente da Divindade. Quando os três aspectos do espírito estão colocados ante o Trono da Graça, cada um emite uma oração apropriada às necessidades da sua contraparte material. No fim os três unem-se para proferir a oração da mente.
O Espírito Humano se eleva à sua contraparte, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”. O Espírito de Vida reverencia-se ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.
O Espírito Divino ajoelha-se ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade...”.
Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o corpo denso: “O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”.
O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o corpo vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice corpo, o de desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Por último, os três aspectos do tríplice espírito juntam-se para a mais importante das orações, o pedido pela mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”.
A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção. A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do tríplice espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.
O diagrama 16 ilustra a explicação antecedente de forma fácil e simples, mostrando a relação entre as diferentes orações, em suas respectivas cores e os veículos correspondentes.

Para saber mais sobre a Fraternidade Rosacruz :
Fraternidade Rosacruz Brasil
http://www.fraternidaderosacruz.org/index.htm

Fraternidade Rosacruz de Portugal

http://www.rosacruz.pt/


Lisboa

Fraternidade Rosacruz de Portugal

Prêmio Max Heindel de Mérito Escolar

http://revista-rosacruz.planetaclix.pt/


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