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Livro de Urântia
Documento 44
Os Artesãos Celestes
(497.1) 44:0.1 ENTRE as colônias de cortesia dos vários
mundos-sede divisionais e universais, pode ser encontrada uma ordem única de
personalidades compostas: a dos artesãos celestes. Estes seres são os artistas
e artesãos mestres dos reinos moronciais e dos reinos de espíritos inferiores.
São os espíritos e semi-espíritos empenhados na decoração moroncial e no
embelezamento espiritual. Esses artesãos acham-se distribuídos em todo o grande
universo — nos mundos-sede dos superuniversos, universos locais, constelações e
sistemas, bem como em todas as esferas estabelecidas em luz e vida; mas o seu
principal domínio de atividade é o das constelações e, em especial, o dos
setecentos e setenta mundos que circundam cada uma das esferas-sede.
(497.2) 44:0.2 Ainda que o seu trabalho possa ser quase
incompreensível para a mente material, deveria ser entendido que os mundos
moronciais e espirituais não são desprovidos da arte elevada e da cultura
superna.
(497.3) 44:0.3 Os artesãos celestes não são criados como
tais; eles são um corpo de seres selecionados e recrutados, compostos de certas
personalidades de ensino, nativas do universo central, e dos seus alunos
voluntários, selecionados dentre os mortais ascendentes e outros seres dos
numerosos grupos celestes. O corpo original de mestres desses artesãos foi, em
uma certa época, designado pelo Espírito Infinito, em colaboração com os Sete
Espíritos Mestres, e era constituído de sete mil instrutores de Havona, mil
para cada uma das sete divisões de artesãos. Com tal núcleo para iniciar, e
através das idades, esse corpo brilhante de trabalhadores hábeis desenvolveu-se
nos afazeres moronciais e espirituais.
(497.4) 44:0.4 Qualquer personalidade moroncial ou entidade
espiritual é elegível para ser admitida no corpo dos artesãos celestes; isto é,
qualquer ser abaixo da categoria de filiação divina inerente. Os filhos
ascendentes de Deus, provenientes das esferas evolucionárias, podem, após a sua
chegada aos mundos moronciais, inscrever-se para a admissão no corpo de
artesãos e, se suficientemente dotados, podem escolher essa carreira por um
período mais longo ou mais curto. Mas ninguém pode inscrever-se como artesão
celeste por menos de um milênio, ou mil anos do tempo no superuniverso.
(497.5) 44:0.5 Todos os artesãos celestes são registrados
nas sedes-centrais dos superuniversos, mas são dirigidos por supervisores
moronciais nas capitais do universo local. São comissionados nas seguintes sete
maiores divisões de atividades, pelo corpo central de supervisores moronciais,
funcionando nos mundos-sede de cada universo local:
(497.6) 44:0.6 1. Músicos Celestes.
(497.7) 44:0.7 2. Reprodutores Celestes.
(497.8) 44:0.8 3. Construtores Divinos.
(497.9) 44:0.9 4. Registradores de Pensamentos.
(498.1) 44:0.10 5. Manipuladores da Energia.
(498.2) 44:0.11 6. Desenhistas e Ornamentadores.
(498.3) 44:0.12 7. Trabalhadores da Harmonia.
(498.4) 44:0.13 Todos os mestres originais desses sete
grupos vieram dos mundos perfeitos de Havona; e Havona tem os modelos, e os
estudos dos modelos, para todas as fases e formas de atividades artísticas do
espírito. Ainda que seja uma tarefa gigantesca, a de trazer tais artes de
Havona para os mundos do espaço, os artesãos celestes aperfeiçoaram-se, idade
após idade, nessas técnicas e sua execução. Como em todas as outras fases da
carreira ascendente, aqueles que estão mais avançados, em qualquer linha de
atuação, são requisitados constantemente para compartilhar o seu conhecimento
superior e sua habilidade com os seus companheiros menos favorecidos.
(498.5) 44:0.14 Primeiro, começareis por vislumbrar essas
artes, transplantadas de Havona para os mundos das mansões, e a beleza delas,
assim a vossa apreciação dessa beleza aumentará e tornar-se-á mais
abrilhantada, até passardes pelas salas dos espíritos de Sálvington e
contemplardes as obras-primas inspiradoras dos artistas supernos dos Reinos
espirituais.
(498.6) 44:0.15 Todas essas atividades dos mundos moronciais
e espirituais são reais. Para os seres do espírito, o mundo espiritual é uma
realidade. Para nós, o mundo material é mais irreal. As formas mais elevadas de
espíritos passam livremente através da matéria ordinária. Os espíritos elevados
não reagem a nada material, à exceção de algumas das energias básicas. Para os
seres da matéria, o mundo do espírito é mais ou menos irreal; para os seres do
espírito, o mundo da matéria é quase inteiramente irreal, sendo meramente uma
sombra da essência das realidades do espírito.
(498.7) 44:0.16 Eu não posso, com a visão exclusiva do
espírito, perceber o edifício dentro do qual esta narrativa está sendo
transladada e gravada. Um Conselheiro Divino de Uversa, que se encontra por
acaso ao meu lado, discerne menos ainda essas criações puramente materiais. Nós
discernimos como essas estruturas materiais vos parecem, vendo uma contraparte
do espírito ser apresentada às nossas mentes por um de nossos transformadores
de energia que nos presta ajuda. Essa construção material não é exatamente real
para mim, um ser espiritual; mas é, evidentemente, muito real e muito útil aos
mortais materiais.
(498.8) 44:0.17 Há certos tipos de seres que são capazes de
discernir a realidade das criaturas, tanto dos mundos do espírito, quanto dos
mundos materiais. Pertencendo a essa classe, estão as chamadas quartas
criaturas dos Servidores de Havona e as quartas criaturas dos conciliadores. Os
anjos do tempo e do espaço são dotados com a capacidade de discernir tanto os
seres do espírito quanto os seres materiais; como também o são os mortais
ascendentes, depois da sua liberação da vida na carne. Após atingir os níveis
espirituais mais elevados, os ascendentes são capazes de reconhecer e
distinguir a realidade material, a moroncial e a espiritual.
(498.9) 44:0.18 Está também aqui comigo um Mensageiro
Poderoso de Uversa, um ascendente fusionado ao Ajustador, um ser que certa vez
foi um mortal, e ele vos percebe, exatamente como sois, e ao mesmo tempo ele
pode visualizar o Mensageiro Solitário, o supernafim e os outros seres celestes
presentes. Nunca, na vossa longa ascensão, perdereis o poder de reconhecer os
vossos companheiros de existências passadas. Sempre, enquanto ascenderdes
interiormente na escala da vida, mantereis a capacidade de reconhecer e
confraternizar-vos com os seres companheiros das vossas experiências
anteriores, em níveis menos elevados. Cada translação nova, ou ressurreição,
irá acrescentar um grupo a mais de seres espirituais ao alcance da vossa visão,
sem privar-vos, no mínimo que seja, da vossa capacidade de reconhecer os vossos
amigos e companheiros de estados anteriores.
(498.10) 44:0.19 Tudo isso é tornado possível, na
experiência dos mortais ascendentes, por meio da atuação dos Ajustadores do
Pensamento residentes. Em conseqüência da propriedade que eles têm de reter as
duplicações das experiências de toda a vossa vida, fica assegurado a vós jamais
perder qualquer atributo verdadeiro, que tenhais tido no passado; e esses
Ajustadores irão sempre convosco, como uma parte de vós; na realidade, como
vós.
(499.1) 44:0.20 Mas quase perco a esperança de me fazer
capaz de transmitir à mente material a natureza do trabalho dos artesãos
celestes. Tenho a necessidade de deturpar constantemente o pensamento e
distorcer a linguagem, no esforço de abrir, à mente dos mortais, a realidade
dessas transações moronciais e fenômenos quase espirituais. A vossa compreensão
é incapaz de captar, e a vossa língua é inadequada para transmitir o
significado, valor e relação entre essas atividades semi-espirituais. E eu,
todavia, continuo no esforço de esclarecer à mente humana a respeito dessas
realidades, convencido, por outro lado, da grande impossibilidade de triunfar
plenamente nessa tentativa.
(499.2) 44:0.21 Não posso fazer mais do que esboçar um
paralelismo grosseiro entre as atividades materiais mortais e as funções
múltiplas dos artesãos celestes. Se as raças de Urântia fossem mais evoluídas,
na arte e em outras realizações culturais, então eu poderia ir muito mais
adiante no meu esforço de projetar dentro da mente humana, levando-a das coisas
da matéria até as coisas da morôncia. Tudo o que eu posso esperar realizar é
tornar enfático o fato de que essas transações nos mundos moronciais e
espirituais são bastante reais.
1. Os Músicos Celestes
(499.3) 44:1.1 O alcance limitado da audição humana
dificilmente vos permite conceber as melodias moronciais. Até mesmo uma gama
material de sons maravilhosos há, que não são reconhecidos pelo sentido humano
da audição, sem mencionar o escopo inconcebível da harmonia moroncial e
espiritual. As melodias do espírito não são de ondas materiais de som, mas de
pulsações espirituais recebidas pelos espíritos das personalidades celestes. Há
uma vastidão de alcance e uma alma de expressão, bem como uma grandeza de
execução, associadas à melodia das esferas, que escapam totalmente à
compreensão humana. Tenho visto milhões de seres mantidos em êxtase sublime,
arrebatados, enquanto a melodia do reino se desenrola na energia espiritual dos
circuitos celestes. Tais melodias maravilhosas podem ser teledifundidas para as
partes mais distantes de um universo.
(499.4) 44:1.2 Os músicos celestes ocupam-se com a produção
da harmonia celestial, por meio da manipulação das seguintes forças do
espírito:
(499.5) 44:1.3 1. O som espiritual — as interrupções da
corrente do espírito.
(499.6) 44:1.4 2. A luz espiritual — o controle e a
intensificação da luz dos Reinos moroncial e espiritual.
(499.7) 44:1.5 3. As imposições de energia — a melodia
produzida por hábeis manipulações da energia moroncial e espiritual.
(499.8) 44:1.6 4. As sinfonias de cor — a melodia das
nuances das cores da morôncia; esta inclui-se entre as realizações mais
elevadas dos músicos celestes.
(499.9) 44:1.7 5. A harmonia de espíritos interligados — o
arranjo e a associação das diferentes ordens de seres moronciais e espirituais
produzem melodias magníficas.
(499.10) 44:1.8 6. A melodia do pensamento — o pensar, de
pensamentos espirituais, pode ser aperfeiçoado de um modo tal a fazer com que
as melodias de Havona cheguem a fulgurar.
(499.11) 44:1.9 7. A música do espaço — por meio de acordes
apropriados, as melodias de outras esferas podem ser captadas nos circuitos das
teletransmissões do universo.
(500.1) 44:1.10 Há mais de cem mil modos diferentes de
manipulação do som, cor e energia, técnicas análogas às que os humanos
conseguem utilizando os instrumentos musicais. Os vossos conjuntos de
coreografias, sem dúvida, representam a rude e grotesca tentativa, das
criaturas materiais, de aproximar-se da harmonia celestial pela colocação do
ser e pelo arranjo das personalidades. As outras cinco formas de melodia
moroncial são irreconhecíveis pelos mecanismos sensoriais dos corpos materiais.
(500.2) 44:1.11 A harmonia, a música dos sete níveis de
associações melodiosas, é o código universal da comunicação do espírito. A
música, tal como os mortais de Urântia a entendem, atinge a sua mais alta expressão
nas escolas de Jerusém, a sede-central do sistema, onde as harmonias do som são
ensinadas aos seres semimateriais. Os mortais não reagem a outras formas de
melodia moroncial e harmonia celestial.
(500.3) 44:1.12 A apreciação da música, em Urântia, é tanto
física quanto espiritual; e os vossos músicos humanos têm feito muito para
elevar o gosto musical, da monotonia bárbara dos vossos ancestrais primitivos,
até os níveis mais altos de apreciação do som. A maioria dos mortais de Urântia
reage à música mais amplamente com os músculos materiais e menos com a mente e
o espírito; mas tem havido melhoras substanciais na apreciação musical nesses
últimos trinta e cinco mil anos.
(500.4) 44:1.13 O sincopado melodioso representa uma
transição da monotonia musical do homem primitivo para a harmonia plena de
expressão e para as melodias cheias de significados dos vossos músicos mais
recentes. Os tipos mais primitivos de ritmos estimulam a reação dos sentidos
amantes da música, sem causar o esforço de poderes intelectuais mais altos na
apreciação da harmonia, tendo assim um apelo mais geral para os indivíduos
imaturos ou espiritualmente indolentes.
(500.5) 44:1.14 A melhor música de Urântia é apenas um eco
fugaz dos acordes magníficos ouvidos pelos aliados celestes dos vossos músicos,
que não deixaram registrados, senão pequenos trechos das harmonias das forças
moronciais como sendo as melodias musicais das harmonizações de som. A música
espírito-moroncial emprega freqüentemente todos os sete modos de expressão e reprodução,
de modo que a mente humana fica limitada, tremendamente, em qualquer tentativa
de reduzir essas melodias das esferas mais elevadas para as meras notas do som
musical. Esse esforço seria algo como tentar reproduzir os efeitos de uma
grande orquestra por meio de um único instrumento musical.
(500.6) 44:1.15 Ainda que tenhais construído algumas belas
melodias em Urântia, vós não tendes progredido musicalmente tanto quanto muitos
dos vossos planetas vizinhos em Satânia. Se Adão e Eva houvessem sobrevivido,
então vós teríeis a música verdadeira; mas o dom da harmonia, potente nas
naturezas deles, ficou tão diluído pelas correntes de tendências não-musicais,
que apenas uma vez, em mil vidas mortais, há uma grande apreciação da harmonia.
Mas não deveis ficar desencorajados; algum dia, um músico de verdade pode
surgir em Urântia, e povos inteiros serão atraídos pelos caudais magníficos das
suas melodias. Um ser humano como esse poderia mudar, para sempre, o curso de
toda uma nação, ou mesmo de todo o mundo civilizado. É verdade, literalmente,
que “a melodia tem o poder de transformar o mundo inteiro”. Para sempre, a
música irá permanecer como a linguagem universal de homens, anjos e espíritos.
A harmonia é a linguagem de Havona.
2. Os Reprodutores Celestes
(500.7) 44:2.1 O homem mortal dificilmente pode esperar ter
mais do que um conceito exíguo e distorcido das funções dos reprodutores
celestes, as quais devo tentar ilustrar por meio do simbolismo grosseiro e
limitado da vossa linguagem material. O mundo espiritual-moroncial tem mil e
uma coisas de valor supremo, coisas dignas de serem reproduzidas, mas
desconhecidas em Urântia; experiências que pertencem à categoria de atividades
que dificilmente teriam “entrado na mente do homem”, as realidades que Deus possui,
à espera daqueles que sobrevivem à vida na carne.
(501.1) 44:2.2 Há sete grupos de reprodutores celestes, e o
meu intento é ilustrar o seu trabalho por meio da classificação seguinte:
(501.2) 44:2.3 1. Os cantores — harmonizadores que reiteram
as harmonias específicas do passado e interpretam as melodias do presente. Tudo
isso, porém, é efetuado no nível moroncial.
(501.3) 44:2.4 2. Os trabalhadores da cor — a esses artistas
da luz e sombra, poderíeis chamar de desenhistas e pintores; artistas que preservam
as cenas passageiras e os episódios transitórios para o prazer moroncial
futuro.
(501.4) 44:2.5 3. Os cineastas da luz — os realizadores das
preservações de fenômenos semi-espirituais reais para os quais a cinematografia
seria uma ilustração muito grosseira.
(501.5) 44:2.6 4. Os encenadores históricos — aqueles que
reproduzem com dramaticidade os eventos cruciais dos registros e história do
universo.
(501.6) 44:2.7 5. Os artistas proféticos — aqueles que
projetam os significados da história ao futuro.
(501.7) 44:2.8 6. Os contadores da história da vida —
aqueles que perpetuam o sentido e significados da experiência da vida. A
projeção de experiências pessoais presentes, em valores de realização futura.
(501.8) 44:2.9 7. Os intérpretes administrativos — aqueles
que descrevem o significado da filosofia governamental e a técnica
administrativa, os dramaturgos celestes da soberania.
(501.9) 44:2.10 Muito freqüente e efetivamente, os
reprodutores celestes colaboram com os diretores de retrospecção, combinando a
recapitulação da memória com certas formas de descanso para a mente e recreio
para a personalidade. Antes dos conclaves moronciais e assembléias do espírito,
esses reprodutores, algumas vezes, agrupam-se para realizar espetáculos
dramáticos extraordinários, representativos dos propósitos de tais encontros.
Recentemente, testemunhei uma apresentação bastante assombrosa, na qual mais de
um milhão de atores produziram uma sucessão de mil cenas.
(501.10) 44:2.11 Os mestres intelectuais superiores e os
ministros transitórios utilizam esses vários grupos de reprodutores, livre e
efetivamente, nas suas atividades educacionais moronciais. Mas nem todos os
esforços deles se dedicam a ilustrações transitórias; uma grande parte,
bastante grande mesmo, do seu trabalho é de natureza permanente e irá
permanecer para sempre como um legado para todos os tempos futuros. Tão
versáteis são esses artesãos, quando funcionam em massa, que se tornam capazes
de reencenar uma idade e, em colaboração com os ministros seráficos, de fato,
podem retratar os valores eternos do mundo espiritual para os espectadores
mortais do tempo.
3. Os Construtores Divinos
(501.11) 44:3.1 Há cidades “cujo construtor e autor é Deus”.
Na contraparte espiritual, temos tudo aquilo que aos mortais é familiar e,
inexprimivelmente, muito mais. Temos casas, confortos para o espírito e as
necessidades moronciais. Para cada satisfação material que os humanos são
capazes de desfrutar, nós temos milhares de realidades espirituais que servem
para enriquecer e ampliar a nossa existência. Os construtores divinos funcionam
em sete grupos:
(502.1) 44:3.2 1. Os projetistas e construtores de casas —
aqueles que constroem e remodelam as moradas destinadas aos indivíduos e aos
grupos de trabalho. Esses domicílios moronciais, e do espírito, são reais.
Seriam invisíveis para a vossa visão de pouco alcance, mas são muito reais e
belos para nós. Até um certo ponto, todos os seres do espírito podem
compartilhar, com os construtores, da escolha de certos detalhes do
planejamento e criação das suas moradas moronciais ou espirituais. Tais lares
são adaptados e ornamentados de acordo com as necessidades das criaturas
moronciais ou espirituais que irão habitá-los. Há uma variedade abundante e uma
ampla oportunidade para a expressão individual em todas essas construções.
(502.2) 44:3.3 2. Os construtores das instalações
ocupacionais — aqueles que funcionam no projeto e montagem das moradas dos
trabalhadores regulares e rotineiros dos reinos da morôncia e do espírito.
Esses construtores são comparáveis aos que constroem as oficinas e outras
instalações industriais em Urântia. Os mundos de transição têm uma economia
necessária de ministração mútua e uma divisão especializada do trabalho. Não é
que todos façam de tudo; há uma diversidade de funções entre os seres
moronciais e os espíritos em evolução, e esses construtores de instalações
ocupacionais não apenas constroem oficinas melhores como também contribuem para
o engrandecimento vocacional do trabalhador.
(502.3) 44:3.4 3. Os construtores de edificações
recreativas. Edifícios enormes são utilizados durante as estações de descanso,
a que os mortais chamariam de recreação e, em um certo sentido, de jogo.
Instalações adequadas são providenciadas para os diretores de retrospecção, os
humoristas dos mundos moronciais, aquelas esferas de transição onde acontece o
aperfeiçoamento dos seres ascendentes trazidos muito recentemente dos planetas
evolucionários. Mesmo os espíritos mais elevados engajam-se, de uma certa
forma, no humor da reminiscência durante os seus períodos de recarga
espiritual.
(502.4) 44:3.5 4. Os construtores para a adoração — os
arquitetos experientes dos templos do espírito e da morôncia. Todos os mundos
de ascensão mortal têm templos de adoração, e estes são as criações mais
especiais dos Reinos moronciais e das esferas do espírito.
(502.5) 44:3.6 5. Os construtores para a educação — aqueles
que constroem as sedes do aperfeiçoamento moroncial e estudo espiritual
avançado. O caminho está sempre aberto para que se adquira mais conhecimento,
para se ganhar informação adicional a respeito do trabalho presente e futuro de
cada um, bem como de um conhecimento cultural universal, com informações que se
destinem a fazer, dos mortais ascendentes, cidadãos mais inteligentes e
eficientes nos mundos moronciais e espirituais.
(502.6) 44:3.7 6. Os planejadores moronciais — aqueles que
constroem para as associações coordenadas de todas as personalidades de todos
os reinos, pois eles estão presentes, a todo tempo, em qualquer das esferas.
Esses planejadores colaboram com os Supervisores do Poder Moroncial para
enriquecer a coordenação da vida moroncial progressiva.
(502.7) 44:3.8 7. Os construtores públicos — os artesãos que
planejam e constroem os locais destinados às assembléias e que não são
destinados à adoração. Os locais para as assembléias comuns são grandes e
magníficos.
(502.8) 44:3.9 Ainda que nem essas estruturas, nem a sua
ornamentação sejam exatamente reais, para a compreensão sensorial dos mortais
materiais, elas são bastante reais para nós. Seríeis incapazes de ver esses
templos, caso pudésseis estar lá, ao vivo, na carne; entretanto, todas essas
criações supramateriais estão ali de fato, e nós as discernimos claramente e
desfrutamos plenamente delas.
4. Os Registradores de Pensamentos
(503.1) 44:4.1 Esses artesãos devotam-se à preservação e
reprodução do pensamento superior dos reinos, e funcionam em sete grupos:
(503.2) 44:4.2 1. Os preservadores do pensamento. São os
artesãos que se dedicam à preservação do pensamento mais elevado dos reinos.
Nos mundos moronciais, eles verdadeiramente entesouram as preciosidades da
elaboração mental. Antes de vir para Urântia, vi registros e ouvi
teletransmissões da ideação de algumas das grandes mentes deste planeta. Os
registradores de pensamentos preservam essas idéias nobres na língua de Uversa.
(503.3) 44:4.3 Cada superuniverso tem a sua própria
linguagem, uma língua falada pelas suas personalidades e que prevalece em todos
os seus setores. Essa é conhecida como a língua de Uversa, no nosso
superuniverso. Cada universo local também tem a sua própria linguagem. As
ordens mais elevadas de seres de Nébadon, todas, são bilíngües, falando tanto a
língua de Nébadon, quanto a língua de Uversa. Quando dois indivíduos de
diferentes universos locais encontram-se, eles comunicam-se na língua de
Uversa; contudo, se um deles vem de um outro superuniverso, devem ter o recurso
de um tradutor. No universo central há pouca necessidade de uma língua; há um
entendimento perfeito e quase completo; ali, apenas os Deuses não são
completamente compreendidos. Foi-nos ensinado que um encontro casual no Paraíso
revela mais, em termos de compreensão mútua, do que poderia ser comunicado por
uma língua mortal em mil anos. Mesmo em Sálvington, nós “conhecemos e somos
conhecidos tal como somos”.
(503.4) 44:4.4 A capacidade de traduzir o pensamento em
linguagem, nas esferas da morôncia e do espírito, está além da compreensão mortal.
A nossa velocidade de reduzir o pensamento a um registro permanente pode ser
tão aumentada pelos gravadores especializados, que o equivalente a mais de meio
milhão de palavras, ou símbolos de pensamentos, pode ser registrado em um
minuto do tempo de Urântia. Essas línguas do universo são muito mais ricas do
que a fala dos mundos em evolução. Os símbolos dos conceitos em Uversa abrangem
mais de um bilhão de caracteres, se bem que o alfabeto básico contenha apenas
setenta símbolos. A língua de Nébadon não é assim tão elaborada, pois todos os
símbolos básicos do alfabeto são em número de quarenta e oito.
(503.5) 44:4.5 2. Os registradores de conceitos. Este
segundo grupo de gravadores ocupa-se da preservação das imagens dos conceitos,
dos modelos das idéias. Essa é uma forma de registro permanente, desconhecida
nos reinos materiais, e por esse método eu poderia ganhar mais conhecimento em
uma hora do vosso tempo do que vós poderíeis ganhar em cem anos de pesquisa com
a linguagem escrita ordinária.
(503.6) 44:4.6 3. Os registradores ideográficos. Temos o
equivalente tanto da palavra escrita quanto da falada, mas, ao preservar o
pensamento, normalmente empregamos a imagem do conceito e as técnicas
ideográficas. Aqueles que preservam os ideógrafos são capazes de melhorar mil
vezes o trabalho dos registradores de conceitos.
(503.7) 44:4.7 4. Os promotores da oratória. Este grupo de
registradores está ocupado com a tarefa de preservar o pensamento, para a
reprodução pela oratória. Contudo, na língua de Nébadon, nós poderíamos, em um
discurso de meia hora, cobrir o tema de toda a vida de um mortal de Urântia. A
vossa única esperança de compreender essas transações consiste em dar uma pausa
e considerar a técnica da vossa vida desordenada e deturpada de sonhos — e ver
como vós podeis, em poucos segundos, passar por anos de experiências nessas
fantasias do período noturno.
(503.8) 44:4.8 A oratória do mundo do espírito é um dos
presentes raros que esperam por vós, que ouvis tão somente os discursos
grosseiros e falseados de Urântia. Há uma harmonia musical e uma eufonia de
expressão, nas orações de Sálvington e Edêntia, que são inspiradoras para além
de qualquer descrição. Os seus conceitos ardentes são como gemas de beleza nos
diademas da glória. Mas não posso reproduzir isso! Não posso transmitir à mente
humana o alcance e a profundidade dessas realidades de um outro mundo!
(504.1) 44:4.9 5. Os diretores de teledifusão. As
transmissões do Paraíso, superuniversos e universos locais estão sob a
supervisão geral desse grupo de conservadores do pensamento. Eles servem como
censores e editores, bem como coordenadores das transmissões materiais, fazendo
uma adaptação, para o superuniverso, de todas as transmissões do Paraíso,
adaptando e traduzindo as transmissões dos Anciães dos Dias para as línguas
individuais dos universos locais.
(504.2) 44:4.10 As transmissões do universo local também
devem ser modificadas, para que os sistemas e planetas individuais as recebam.
A transmissão desses informes espaciais é supervisionada cuidadosamente e há
sempre um registro de retorno, que assegura a recepção adequada de cada informe
e em cada mundo, em um dado circuito. Esses diretores de transmissões são
tecnicamente especializados na utilização das correntes do espaço para todos os
propósitos de comunicação da informação.
(504.3) 44:4.11 6. Os registradores do ritmo. Os urantianos,
sem dúvida, chamariam de poetas a esses artesãos, se bem que o trabalho deles
seja muito diferente e quase transcenda infinitamente às vossas produções
poéticas. O ritmo é menos exaustivo, tanto para os seres moronciais, quanto
para os espirituais, e assim um esforço é feito freqüentemente para aumentar a
eficiência, bem como para aumentar o prazer pela execução de inúmeras funções
na forma rítmica. Eu gostaria apenas que pudésseis ter o privilégio de escutar
algumas das transmissões poéticas das assembléias de Edêntia e que
desfrutásseis das riquezas, em cor e matizes, dos gênios das constelações, que
são mestres nessa forma refinada de auto-expressão e harmonização social.
(504.4) 44:4.12 7. Os registradores da morôncia. Não sei
como descrever, para a mente material, a função deste grupo importante de
registradores de pensamentos, designado ao trabalho de preservar as imagens
conjuntas dos vários agrupamentos de assuntos moronciais e transações do
espírito. Em uma ilustração tosca, seriam os fotógrafos grupais dos mundos de
transição. Eles preservam, para o futuro, as cenas vitais e as associações
dessas épocas progressistas, conservando-as nos arquivos das salas dos
registros da morôncia.
5. Os Manipuladores da Energia
(504.5) 44:5.1 Estes artesãos eficientes e interessantes
trabalham com todas as espécies de energias: físicas, mentais e espirituais.
(504.6) 44:5.2 1. Os manipuladores da energia física. Os
manipuladores da energia física servem, por períodos longos, com os diretores
de potência e são os especialistas da manipulação e controle de muitas fases da
energia física. São conhecedores das três correntes básicas e trinta
segregações subsidiárias da energia nos superuniversos. Esses seres prestam uma
ajuda inestimável aos Supervisores do Poder Moroncial dos mundos de transição.
Eles são os estudantes persistentes das projeções cósmicas do Paraíso.
(504.7) 44:5.3 2. Os manipuladores da energia mental. Estes
são os peritos da intercomunicação entre os seres moronciais e os outros tipos
de seres inteligentes. Essa forma de comunicação entre os mortais praticamente
inexiste em Urântia. Eles são especialistas que proporcionam a capacidade aos
seres moronciais ascendentes de comunicar-se uns com os outros, e o seu
trabalho abrange inúmeras aventuras singulares com as ligações de intelectos,
as quais ficam muito além da minha capacidade de retratá-las para a mente
material. Tais artesãos são os estudantes aplicados dos circuitos da mente do
Espírito Infinito.
(505.1) 44:5.4 3. Os manipuladores da energia espiritual. Os
manipuladores da energia espiritual são um grupo fascinante. A energia
espiritual atua de acordo com leis estabelecidas, exatamente como o faz a
energia física. Isto é, a força do espírito, quando estudada, permite deduções
confiáveis e, pois, pode ser tratada com precisão, do mesmo modo como o podem
as energias físicas. Há leis tão certas e confiáveis no mundo do espírito
quanto no reino material. Durante os últimos milhões de anos, muitas técnicas
foram aperfeiçoadas, para a absorção da energia espiritual, por esses
estudiosos das leis fundamentais da energia do espírito governante do Filho
Eterno, aplicadas aos seres moronciais e outras ordens de seres celestes em
todos os universos.
(505.2) 44:5.5 4. Os manipuladores compostos. Este é o
ousado grupo de seres bem treinados que se dedicam à associação funcional das
três fases originais da energia divina, manifestada nos universos como energias
físicas, mentais e espirituais. São as personalidades perspicazes que, na
realidade, estão buscando descobrir a presença de Deus, o Supremo, no universo;
pois, nessa personalidade da Deidade, deve ocorrer a unificação experiencial de
todas as grandes divindades do universo. E, até um certo ponto, esses artesãos
têm tido algum êxito nos tempos recentes.
(505.3) 44:5.6 5. Os conselheiros de transporte. Este corpo
de conselheiros técnicos para os serafins de transporte é muito hábil em
colaborar com os estudantes das estrelas no estabelecimento de trajetos, e em
outras formas de assistência aos chefes de transporte, nos mundos do espaço.
São os supervisores do tráfego das esferas e estão presentes em todos os
planetas habitados. Urântia é servida por um corpo de setenta conselheiros de
transporte.
(505.4) 44:5.7 6. Os peritos em comunicação. Urântia, do
mesmo modo, está servida por doze técnicos de comunicação interplanetária e
interuniversal. Esses seres, de longa experiência, são peritos no conhecimento
das leis de transmissão e interferência, quando aplicadas às comunicações entre
os reinos. Esse corpo ocupa-se de todas as formas de mensagens do espaço,
exceto as dos Mensageiros por Gravidade e Mensageiros Solitários. Em Urântia,
boa parte do seu trabalho deve ser realizada no circuito dos arcanjos.
(505.5) 44:5.8 7. Os mestres do repouso. O descanso divino
está ligado à técnica de absorção da energia do espírito. A energia moroncial e
a energia do espírito devem ser repostas exatamente como a energia física o é,
mas não pelas mesmas razões. Sou, forçosamente, compelido a empregar
ilustrações grosseiras nas minhas tentativas de esclarecer-vos; entretanto,
nós, do mundo do espírito, devemos periodicamente parar com as nossas
atividades regulares e ir para locais adequados, de encontro, onde entramos em
repouso divino para, desse modo, recuperarmos as nossas energias exauridas.
(505.6) 44:5.9 Vós ireis receber as vossas primeiras lições
sobre essas questões quando chegardes aos mundos das mansões, após vos
tornardes seres moronciais e haverdes começado a experienciar a técnica dos
assuntos do espírito. Conhecereis o círculo mais interno de Havona, e sabereis
que, depois que os peregrinos do espaço houverem atravessado os círculos
precedentes, eles devem ser induzidos ao longo e revivificante sono do Paraíso.
Esse é, não apenas um quesito técnico do trânsito da carreira do tempo, até o
serviço da eternidade, mas é também uma necessidade, uma forma de repouso
imprescindível ao reabastecimento das perdas de energia inerentes aos passos
finais da experiência ascendente, e para estocar as reservas de poder
espiritual para o próximo estágio da carreira infindável.
(506.1) 44:5.10 Esses manipuladores da energia atuam também
de centenas de outros modos, numerosos demais para serem catalogados, tais como
o aconselhamento aos serafins, querubins e sanobins, no que diz respeito às
práticas mais eficazes de ingestão de energia, e como fazer uma manutenção mais
eficaz do equilíbrio das forças divergentes, entre os querubins ativos e os
sanobins passivos. De muitas outras maneiras esses peritos prestam assistência
às criaturas moronciais e espirituais nos seus esforços para compreender o
repouso divino, que é tão essencial à utilização eficaz das energias básicas do
espaço.
6. Os Desenhistas e Ornamentadores
(506.2) 44:6.1 Realmente eu gostaria de conseguir retratar o
trabalho raro desses artesãos singulares! Toda tentativa da minha parte para
explicar o trabalho de embelezamento do espírito apenas iria relembrar às
mentes materiais os vossos próprios esforços, lamentáveis, ainda que valiosos,
de fazer essas coisas no vosso mundo de mente e matéria.
(506.3) 44:6.2 Tais conjuntos de artesãos, abrangendo mais
de mil subdivisiões de atividades são agrupados nas sete categorias maiores a
seguir:
(506.4) 44:6.3 1. Os artesãos da cor. São eles que fazem os
dez mil matizes das cores para os reflexos da reverberação do espírito, com as
suas mensagens extraordinárias de beleza harmoniosa. Afora a percepção da cor,
nada há, na experiência humana, a que possam ser comparadas tais atividades.
(506.5) 44:6.4 2. Os programadores do som. As ondas dos
espíritos, de identidades diversas e apreciação moroncial, são ilustradas por
estes programadores daquilo que chamaríeis de som. Esses impulsos, na
realidade, são os reflexos soberbos das almas-espíritos nuas e gloriosas das
hostes celestes.
(506.6) 44:6.5 3. Os modeladores da emoção. Estes
aprimoradores e conservadores do sentimento são os que preservam os sentimentos
moronciais e as emoções da divindade, para o estudo e edificação dos filhos do
tempo e para a inspiração e o embelezamento dos seres moronciais em progresso e
espíritos em avanço.
(506.7) 44:6.6 4. Os artistas do aroma. A equiparação das
atividades supernas do espírito, ao reconhecimento físico dos aromas químicos,
é, na realidade, uma comparação infeliz, mas os mortais de Urântia dificilmente
reconheceriam esse ministério por meio de qualquer outro nome. Esses artesãos
criam as suas sinfonias variadas para a edificação e deleite dos filhos da luz,
no seu avanço. Nada tendes, na Terra, a que esse tipo de grandeza espiritual
possa, ainda que remotamente, ser comparado.
(506.8) 44:6.7 5. Os embelezadores da presença. Estes
artesãos não se ocupam com as artes do auto-adornamento nem com a técnica do
embelezamento da criatura. Eles devotam-se à produção de reações múltiplas e
regozijantes, nas criaturas moronciais individuais e criaturas do espírito,
pela dramatização dos significados das relações, por meio de valores
posicionais atribuídos a diferentes ordens moronciais e espirituais nos conjuntos
compostos desses seres diversos. Esses artistas fazem arranjos com os seres
supramateriais, como vós fazeis com as notas musicais, com os aromas e
panoramas vivos, combinando-os em hinos de glória.
(506.9) 44:6.8 6. Os modeladores do gosto. E como lhes falar
sobre esses artistas?! Palidamente, eu poderia sugerir que são aqueles que
aperfeiçoam o gosto moroncial; e também que eles se empenham em estimular a
apreciação da beleza, aguçando os sentidos do espírito em evolução.
(507.1) 44:6.9 7. Os sintetizadores moronciais. Estes são os
artífices-mestres que, quando todos os outros houverem dado as suas respectivas
contribuições, então, eles acrescentarão os toques finais e culminantes ao
conjunto moroncial, realizando, assim, um retrato inspirado, divinamente belo,
de inspiração duradoura, para os seres espirituais e para os seus aliados
moronciais. Deveis, todavia, aguardar a vossa libertação do corpo animal, para
que possais começar a conceber as glórias artísticas e as belezas estéticas dos
mundos moronciais e espirituais.
7. Os Trabalhadores da Harmonia
(507.2) 44:7.1 Estes artistas não se ocupam da música, nem
da pintura, nem de nada semelhante, como vós seríeis levados a supor. Ocupam-se
da manipulação e da organização de forças especializadas e energias que estão
presentes no mundo do espírito, mas que não são reconhecíveis pelos mortais. Se
eu tivesse a menor base possível para comparar, eu tentaria retratar esse campo
único de realização do espírito. Mas me desanimo — não há nenhuma esperança de poder
transmitir às mentes mortais esse âmbito da arte celeste. Contudo, aquilo que
não pode ser descrito, pode ser sugerido:
(507.3) 44:7.2 A beleza, o ritmo e a harmonia estão
intelectualmente associados e são espiritualmente afins. A verdade, o fato e as
relações são intelectualmente inseparáveis e estão associados aos conceitos
filosóficos da beleza. A bondade, a retidão e a justiça estão filosoficamente
inter-relacionadas e espiritualmente unidas à verdade viva e à beleza divina.
(507.4) 44:7.3 Os conceitos cósmicos da verdadeira
filosofia, o retrato da arte celestial, ou a tentativa mortal de recriar o
reconhecimento humano da beleza divina, não podem jamais ser satisfatórios
verdadeiramente, se tal progressão intentada pela criatura não houver sido
unificada. Essas expressões do impulso divino, dentro da criatura em evolução,
podem ser intelectualmente verdadeiras, emocionalmente belas e espiritualmente
boas; mas a verdadeira alma da expressão permanece ausente, a menos que as realidades
da verdade, os significados da beleza e os valores da bondade estejam
unificados na experiência de vida do artesão, cientista ou filósofo.
(507.5) 44:7.4 Essas qualidades divinas estão unificadas,
perfeita e absolutamente, em Deus. E todo homem, ou anjo, conhecedor de Deus
possui o potencial ilimitado da auto-expressão, em níveis sempre progressivos
de auto-realização, unificada pela técnica da busca sem fim pela semelhança com
Deus — a combinação experiencial, na experiência evolucionária, da verdade
eterna à beleza universal e à bondade divina.
8. As Aspirações Mortais e as Realizações Moronciais
(507.6) 44:8.1 Embora os artesãos celestes não trabalhem
pessoalmente nos planetas materiais, tais como Urântia, eles vêm, de tempos em
tempos, das sedes-centrais do sistema para prestar ajuda aos indivíduos
naturalmente dotados das raças mortais. Quando assim designados esses artesãos
trabalham temporariamente sob a supervisão dos anjos planetários do progresso.
As hostes seráficas cooperam com esses artesãos na tentativa de ajudar àqueles
artistas mortais que possuem dons inatos, e que também possuem Ajustadores de
experiência especial e prévia.
(507.7) 44:8.2 Há três fontes possíveis de habilidade
especial humana. Na base, existe sempre a aptidão inerente ou natural. A
habilidade especial nunca é um dom arbitrário dos Deuses; há sempre uma
fundação ancestral para todo o talento que se sobressai. Além dessa habilidade
natural, ou antes, em suplemento a ela, pode haver a contribuição dos
guiamentos do Ajustador do Pensamento, naqueles indivíduos cujos Ajustadores
residentes tenham passado por experiências reais e autênticas, no mesmo
domínio, em outros mundos e com outras criaturas mortais. Nesses casos, em que
tanto a mente humana quanto o Ajustador residente são excepcionalmente hábeis,
os artesãos do espírito podem ser delegados para atuar como harmonizadores
desses talentos e também para dar assistência a tais mortais e inspirá-los na
procura de ideais cada vez mais perfeccionados e intentar criar ilustrações
elevadas para a edificação do reino.
(508.1) 44:8.3 Não há castas nas fileiras dos artesãos do
espírito. Não importa quão pouco elevada seja a vossa origem; se tiverdes a
habilidade e o dom da expressão, ganhareis o reconhecimento adequado e
recebereis a devida apreciação quando ascenderdes na escala da experiência
moroncial e da realização espiritual. Não pode haver limitação de
hereditariedade humana, nem privação causada pelo ambiente mortal, que a
carreira moroncial não vá compensar plenamente nem remover inteiramente. E
todas essas satisfações de realização artística e auto-realização da
expressividade serão confirmadas pelos vossos próprios esforços pessoais no
avanço progressivo. Assim, afinal, as aspirações, durante a mediocridade
evolucionária, podem ser realizadas. Ainda que os Deuses não confiram
arbitrariamente talentos e habilidades aos filhos do tempo, eles proporcionam a
realização da satisfação de todas as suas aspirações nobres e a gratificação
para toda a fome humana de auto-expressão superna.
(508.2) 44:8.4 Mas todo ser humano deveria lembrar: Muitas
das ambições de sobressair, que exasperam os mortais na carne, não perdurarão,
nesses mesmos mortais, nas suas carreiras moronciais e espirituais. Os seres
moronciais ascendentes aprendem a socializar as suas antigas aspirações e
ambições puramente pessoais e egoístas. Entretanto, as coisas que houverdes
desejado muito honestamente fazer na Terra, e que as circunstâncias tão
persistentemente vos negaram, depois de adquirirdes o verdadeiro discernimento
interior da mota, na carreira moroncial, se ainda as desejardes fazer, então,
com toda certeza, ser-vos-á concedida toda oportunidade para satisfazerdes,
totalmente, os vossos desejos, alimentados durante tanto tempo.
(508.3) 44:8.5 Antes que os mortais ascendentes deixem o
universo local para embarcar nas suas carreiras espirituais, eles irão
saciar-se de todas as aspirações, ou de verdadeira ambição intelectual,
artística e social, que tenham sempre caracterizado os seus planos mortais ou
moronciais de existência. Essa realização de igualdade entre a satisfação da
auto-expressão e auto-realização, então, ocorre, mas não é a realização de um
estado experiencial que seja idêntico ao ideal, não chegando também à completa
obliteração da individualidade, em matéria de habilidade técnica e de
expressão. O novo diferencial entre a realização pessoal e a realização
experiencial do espírito, contudo, não irá tornar-se assim nivelado e
equalizado, enquanto vós não houverdes acabado de percorrer o último círculo da
carreira de Havona. E, então, residentes do Paraíso, deparar-vos-eis com a
necessidade de ajustar-vos, acertando aquela diferença absonita, na experiência
pessoal, que só pode ser completada com a realização grupal do último dos
estados da criatura — o sétimo estágio no destino do espírito dos finalitores
mortais.
(508.4) 44:8.6 E é essa a história dos artesãos celestes,
aquele corpo cosmopolita de trabalhadores raros que realizam tanto para
glorificar as esferas arquitetônicas com as representações artísticas da beleza
divina dos Criadores do Paraíso.
(508.5) 44:8.7 [Ditado por um Arcanjo de Nébadon.]
O LIVRO DE URÂNTIA
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- Página preliminar
- As Partes do Livro
- Títulos dos documentos
- Índice Detalhado do Livro
- Introdução
- Documento 1 - O Pai Universal
- Documento 2 - A Natureza de Deus
- Documento 3 - Os Atributos de Deus
- Documento 4 - A Relação de Deus com o Universo
- Documento 5 - A Relação de Deus com o Indivíduo
- Documento 6 - O Filho Eterno
- Documento 7 - A Relação do Filho Eterno com o Universo
- Documento 8 - O Espírito Infinito
- Documento 9 - A Relação do Espírito Infinito com o Universo
- Documento 10 - A Trindade do Paraíso
- Documento 11 - A Ilha Eterna do Paraíso
- Documento 12 - O Universo dos Universos
- Documento 13 - As Esferas Sagradas do Paraíso
- Documento 14 - O Universo Central e Divino
- Documento 15 - Os Sete Superuniversos
- Documento 16 - Os Sete Espíritos Mestres
- Documento 17 - Os Sete Grupos de Espíritos Supremos
- Documento 18 - As Personalidades Supremas da Trindade
- Documento 19 - Os Seres Coordenados Originários da Trindade
- Documento 20 - Os Filhos de Deus, do Paraíso
- Documento 21 - Os Filhos Criadores do Paraíso
- Documento 22 - Os Filhos Trinitarizados de Deus
- Documento 23 - Os Mensageiros Solitários
- Documento 24 - As Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito
- Documento 25 - As Hostes de Mensageiros do Espaço
- Documento 26 - Os Espíritos Ministradores do Universo Central
- Documento 27 - A Ministração dos Supernafins Primários
- Documento 28 - Os Espíritos Ministradores dos Superuniversos
- Documento 29 - Os Diretores de Potência do Universo
- Documento 30 - As Personalidades do Grande Universo
- Documento 31 - O Corpo de Finalidade
- Documento 32 - A Evolução dos Universos Locais
- Documento 33 - A Administração do Universo Local
- Documento 34 - O Espírito Materno do Universo Local
- Documento 35 - Os Filhos de Deus do Universo Local
- Documento 36 - Os Portadores da Vida
- Documento 37 - As Personalidades do Universo Local
- Documento 38 - Os Espíritos Ministradores do Universo Local
- Documento 39 - As Hostes Seráficas
- Documento 40 - Os Filhos Ascendentes de Deus
- Documento 41 - Aspectos Físicos do Universo Local
- Documento 42 - A Energia — a Mente e a Matéria
- Documento 43 - As Constelações
- Documento 44 - Os Artesãos Celestes
- Documento 45 - A Administração do Sistema Local
- Documento 46 - A Sede Central do Sistema Local
- Documento 47 - Os Sete Mundos Das Mansões
- Documento 48 - A Vida Moroncial
- Documento 49 - Os Mundos Habitados
- Documento 50 - Os Príncipes Planetários
- Documento 51 - Os Adãos Planetários
- Documento 52 - As Épocas Planetárias dos Mortais
- Documento 53 - A Rebelião de Lúcifer
- Documento 54 - Os Problemas da Rebelião de Lúcifer
- Documento 55 - As Esferas de Luz e Vida
- Documento 56 - A Unidade Universal
- Documento 57 - A Origem de Urântia
- Documento 58 - O Estabelecimento da Vida em Urântia
- Documento 59 - A Era da Vida Marinha em Urântia
- Documento 60 - Urântia Durante a Era da Vida Terrestre Primitiva
- Documento 61 - A Era dos Mamíferos em Urântia
- Documento 62 - As Raças Na Aurora do Homem Primitivo
- Documento 63 - A Primeira Família Humana
- Documento 64 - As Raças Evolucionárias de Cor
- Documento 65 - O Supercontrole da Evolução
- Documento 66 - O Príncipe Planetário de Urântia
- Documento 67 - A Rebelião Planetária
- Documento 68 - A Aurora da Civilização
- Documento 69 - As Instituições Humanas Primitivas
- Documento 70 - A Evolução do Governo Humano
- Documento 71 - O Desenvolvimento do Estado
- Documento 72 - O Governo, Num Planeta Vizinho
- Documento 73 - O Jardim do Éden
- Documento 74 - Adão e Eva
- Documento 75 - A Falta de Adão e Eva
- Documento 76 - O Segundo Jardim
- Documento 77 - As Criaturas Intermediárias
- Documento 78 - A Raça Violeta Depois dos Dias de Adão
- Documento 79 - A Expansão Andita No Oriente
- Documento 80 - A Expansão Andita No Ocidente
- Documento 81 - O Desenvolvimento da Civilização Moderna
- Documento 82 - A Evolução do Matrimônio
- Documento 83 - A Instituição do Matrimônio
- Documento 84 - O Matrimônio e a Vida Familiar
- Documento 85 - As Origens da Adoração
- Documento 86 - A Evolução Primitiva da Religião
- Documento 87 - Os Cultos dos Fantasmas Ou Espectros
- Documento 88 - Fetiches, Encantos e Magias
- Documento 89 - Pecado, Sacrifício e Expiação
- Documento 90 - Xamanismo — os Curandeiros e os Sacerdotes
- Documento 91 - A Evolução da Prece
- Documento 92 - A Evolução Posterior da Religião
- Documento 93 - Maquiventa Melquisedeque
- Documento 94 - Os Ensinamentos de Melquisedeque No Oriente
- Documento 95 - Os Ensinamentos de Melquisedeque No Levante
- Documento 96 - Yavé — O Deus dos Hebreus
- Documento 97 - A Evolução do Conceito de Deus Entre os Hebreus
- Documento 98 - Os Ensinamentos de Melquisedeque No Ocidente
- Documento 99 - Os Problemas Sociais da Religião
- Documento 100 - A Religião Na Experiência Humana
- Documento 101 - A Verdadeira Natureza da Religião
- Documento 102 - Os Fundamentos da Fé Religiosa
- Documento 103 - A Realidade da Experiência Religiosa
- Documento 104 - O Crescimento do Conceito da Trindade
- Documento 105 - A Deidade e a Realidade
- Documento 106 - Os Níveis de Realidade No Universo
- Documento 107 - A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento
- Documento 108 - A Missão e o Ministério dos Ajustadores do Pensamento
- Documento 109 - A Relação dos Ajustadores com as Criaturas do Universo
- Documento 110 - A Relação dos Ajustadores com os Indivíduos Mortais
- Documento 111 - O Ajustador e a Alma
- Documento 112 - A Sobrevivência da Personalidade
- Documento 113 - Os Guardiães Seráficos do Destino
- Documento 114 - O Governo Seráfico Planetário
- Documento 115 - O Ser Supremo
- Documento 116 - O Supremo Todo-poderoso
- Documento 117 - Deus, o Supremo
- Documento 118 - O Supremo e o Último — o Tempo e o Espaço
- Documento 119 - As Auto-outorgas de Cristo Michael
- Documento 120 - A Auto-outorga de Michael em Urântia
- Documento 121 - A Época da Auto-Outorga de Michael
- Documento 122 - O Nascimento e a Infância de Jesus
- Documento 123 - A Primeira Infância de Jesus
- Documento 124 - A Segunda Infância de Jesus
- Documento 125 - Jesus em Jerusalém
- Documento 126 - Os Dois Anos Cruciais
- Documento 127 - Os Anos da Adolescência
- Documento 128 - O Início da Vida Adulta de Jesus
- Documento 129 - A Vida Adulta de Jesus
- Documento 130 - A Caminho de Roma
- Documento 131 - As Religiões do Mundo
- Documento 132 - A Permanência em Roma
- Documento 133 - O Retorno de Roma
- Documento 134 - Os Anos de Transição
- Documento 135 - João Batista
- Documento 136 - O Batismo e os Quarenta Dias
- Documento 137 - O Tempo de Espera na Galiléia
- Documento 138 - A Formação Dos Mensageiros do Reino
- Documento 139 - Os Doze Apóstolos
- Documento 140 - A Ordenação dos Doze
- Documento 141 - Começando o Trabalho Público
- Documento 142 - A Páscoa em Jerusalém
- Documento 143 - Atravessando a Samaria
- Documento 144 - Em Gilboa e na Decápolis
- Documento 145 - Os Quatro Memoráveis Dias em Cafarnaum
- Documento 146 - A Primeira Campanha de Pregação na Galiléia
- Documento 147 - O Interlúdio da Visita a Jerusalém
- Documento 148 - Preparando os Evangelistas em Betsaida
- Documento 149 - A Segunda Campanha de Pregação
- Documento 150 - A Terceira Campanha de Pregação
- Documento 151 - Os Ensinamentos e a Permanência à Beira-Mar
- Documento 152 - Os Acontecimentos que Levaram à Crise de Cafarnaum
- Documento 153 - A Crise em Cafarnaum
- Documento 154 - Os Últimos Dias em Cafarnaum<
- Documento 155 - A Escapada Pelo Norte Galiléia
- Documento 156 - A Estada Tiro Sidom
- Documento 157 - Em Cesaréia-filipe
- Documento 158 - O Monte Transfiguração
- Documento 159 - A Campanha Na Decápolis
- Documento 160 - Rodam Alexandria
- Documento 161 - Novas Discussões Rodam
- Documento 162 - Na Festa Tabernáculos
- Documento 163 - A Ordenação Setenta Magadam
- Documento 164 - Na Festa Dedicação
- Documento 165 - A Missão Na Peréia Tem Início
- Documento 166 - A Última Visita ao Norte da Pereia
- Documento 167 - A Visita À Filadélfia
- Documento 168 - A Ressurreição Lázaro
- Documento 169 - O ÚLTIMO Ensinamento Pela
- Documento 170 - O Reino Céu
- Documento 171 - A Caminho Jerusalém
- Documento 172 - A Entrada Jerusalém
- Documento 173 - A Segunda-feira Jerusalém
- Documento 174 - Terça-feira Manhã No Templo
- Documento 175 - O Último Discurso no Templo
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- Documento 177 - Quarta-feira Dia Descanso
- Documento 178 - O Último Dia no Acampamento
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- Documento 180 - O Discurso Despedida
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- Documento 182 - No Getsêmane
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- Documento 184 - Perante Tribunal Sinédrio
- Documento 185 - O Julgamento Diante Pilatos
- Documento 186 - Pouco Antes Crucificação
- Documento 187 - A Crucificação
- Documento 188 - O Período Dentro Tumba
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- Documento 193 - Últimas Aparições e Ascensão
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